
Ben Abraham, judeu e polonês, hoje com 83 anos, tinha 14 quando as tropas alemãs invadiram a Polônia e começaram a tortura desse povo.
Realmente, não tem como não se emocionar ouvindo uma pessoa dizer que viu o pai morrer enquanto sua mãe agradecia à Deus por aquilo, já que não teria que ver o marido sendo arrancado de casa, jogado na rua e fuzilado juntamente com mais alguns homens, velhos, mulheres e crianças.
Não dá pra não sentir um frio na barriga quando você ouve alguém dizer que uma batata podre na sarjeta, junto ao esgoto, era disputada a tapas por várias pessoas.
Abraham relatou com maestria os atos dos alemães contra judeus, ciganos, homossexuais, poloneses, soviéticos, negros, comunistas, doentes fisíco e mentais e todos àqueles que eram considerados não-arianos. Narrou também sobre as condições subumanas que viviam, o medo constante, a revolta. Alguns chegavam a loucura.
Mas com certeza, nada é mais impressionante do que a descrição de um campo de concentração, desde o embarque em vagões de trem escuros, fechados, sem ar durante uma viagem que durava cerca de 3 dias, até a fatidiga hora em que centenas de pessoas eram convidadas a tomar um banho coletivo. Eram todas despidas e recebiam um sabonete ou uma toalha, e juntos entravam em galpões onde eram trancados e viam os chuveiros serem ligados liberando não a água para o banho que esperavam, e sim o gás que os mataria em cerca de 15 minutos.
Os corpos tinham cabelos raspados, dentes arrancados e iam para os fornos de cremação. Lá, a gordura do corpo era canalizada e mais tarde viraria sabão. É , sabão! Isso explica o fato de quando estavam chegando ao campo, Abraham ouviu um alemão dizer: "Chegaram os judeus do sabão". Para ele, ali era uma fábrica de sabão onde serião forçados a trabalhar.
A mãe de Abraham teve esse destino, e quando perguntado sobre como ele conseguiu sobreviver a tudo isso, sua resposta foi surpreendente: " Quando estava no meio de toda aquela situação fiz um voto com Deus, disse que se eu conseguisse sobreviver a tudo aquilo, teria como missão relatar ao mundo o que se passou com aquele povo, e alertar as pessoas para que algo assim nunca mais aconteça. O mundo precisa saber o que realmente aconteceu ali. E Deus me ouviu."
Ben Abraham foi libertado quando as tropas aliadas chegaram ao campo de Auschwitz, onde ele estava. Quando chegou ao hospital, pesava 28 Kgs, tinha tuberculose dupla e escorbuto.
Se recuperou e quando pôde, veio para o Brasil, país o qual ouvia seu pai falar muito bem.
Hoje, Ben Abraham é jornalista, escritor de mais de 15 livros e presidente da Associação Brasileira dos Sobrevivente do Nazismo. Já visitou mais de 70 países contando sua história, a história de todo um povo, de uma guerra e cumprindo seu juramento à Deus.
ps1: Vale lembrar que Hitler subiu ao poder graças ao povo, em votação direta e livre.
Alguns dados (nada legais) da Segunda Guerra Mundial:
- Entre 50 e 60 MILHÕES de pessoas foram mortas durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que 7,5 milhões perderam a vida em um campo de concentração.
- O campo de Auschwitz foi o maior dentre os mais de 2 mil campos de concentração. Quando as tropas aliadas chegaram ao campo, em janeiro de 1945, encontraram pilhas com cerca de 850 mil vestidos, 350 mil ternos, milhares de pares de sapatos e 8 TONELADAS de cabelo humano que seriam utilizados como enchimento de travesseiros.
- Aproximadamente 410 mil pessoas foram cobais de experiências científicas.
>> E eu que pensei que só ia aprender um pouco mais pro vestibular... <<
ps2: tentei encontrar alguma foto não muito chocante do Holocausto, mas não consegui muito.