E eles o que vão ganhar ???

Ontem a noite eu e meu irmão estávamos em uma "grande" discussão: Qual serão nossos presentes de Natal??? Ele disse que quer um PLaystation 2, e eu falei que "preciso" trocar a camêra digital além de comprar um IPod.
Foi no meio desse papo tão edificante que começou o quadro do fantástico "Profissão Repórter" onde o tema era a seca que está atigindo mais uma vez o Sertão da Paraíba. Éééé...foi aí que eu parei e vi a realidade. Pessoas que todos os dias andam mais de kilômetros para pegar água (água esta que se encontra totalmente fora das condições para consumo), crianças que além de ajudarem seus pais nessa tarefa, muitas vezes ficam doentes por causa das condições da água, pessoas que ao verem uma gota de chuva enchem seu coração de esperanças, plantam as poucas sementes que possuem esperando uma pequena porém salvadora colheita, mas que ao verem os dias, semanas e meses passando sem chuva, vêm sua esperença morrer junto com sua plantação.
Mas o que mais me impressinou foi uma família que está utilizando um dos açudes secos de sua casa para criar um tatu ( sim, um tatu!!!), que será abatido no Natal...
É, esse mesmo Natal que eu e meu irmão estávamos discutindo...esse Natal onde milhares de familias terão em sua ceia Peru, Champagne e Panetone tradicionalmente como em todos os anos.
Não quero dar uma de hipócrita aqui dizendo que devemos abrir mão daquilo que podemos ter. Não vou dizer que temos que deixar de comer nosso pedaço de Panetone, abrir mão do presente de Natal e mudarmos pro Sertão Nordestino pra viver na pele uma vida sofrida...Mas quantas vezes a gente agradece pelo que temos? Quantas vezes antes de comer falamos "obrigado por eu ter essa comida" ??? Quantas vezes antes de comprar pensamos se aquilo é realmente útil?? E quantas vezes nos preocupamos em ajudar alguém que a gente nem conhece???
Realmente fiquei impressionada com a reportagem que vi ontem, não porque a seca no Nordeste é um tema novo, afinal todos já estamos cansados de saber desse problema, mas por ver o quanto eu estava sendo fútil naquele momento, naquela conversa, e o quanto eu devo agradecer todos os dias por tudo o que tenho.